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Para nunca acabar

Nívea Moraes Marques


“Briga tem hora para acabar

E luta é para uma vida inteira”


Sergio Vaz


Há lutas interiores que são pontes ligando um dia simples, ao que simples assim também, é eterno.


Os conflitos sempre existirão e não é para tornar mais trágico nossos dias de eternidade é para nos fazermos fortes para vive-los.


Quando um amor não acaba, mas é para acabar, pois já tensionado até o estertor, revive como fênix numa lágrima que simples assim, sente uma saudadezinha lá no fundo de um coração treinado para abandoná-lo no the end.


Ora há um amor atual e a sombra da lágrima de um dia num futuro, a hora perdida nos dias em que inevitavelmente também haverá um the end. E a eternidade, como conjugar esses amores que nunca terão a linha de partida e de chegada bem definidas?


A luta é para uma vida inteira e eu não sei como justificar a minha vida, justiçar a minha vida, a não ser por essas lágrimas curtinhas que rolam face a face com a verdade que são as eras de um amor.


Faço uma lista do que preciso:

Comer melhor

Fazer exercícios (voltar a dançar)

Trabalhar

Procurar a presença de Deus


Por enquanto nada tira de mim essa sensação de dias esvaindo em vão. Meu coração não me diz isso, o espaço terrestre da minha pele, todo ele foi consagrado ao amor que tive, que tenho, que doei, que doo e que me faz guerreira nesses dias vãos. Tudo escorre, tudo é líquido, menos o pulso que se chama coração e ao invés de dizer, gritar esses nomes, todos, tudo está tão costurado na parte interior que só o meu sangue sabe e ele é tingido por medicamentos, que nessa mesma luta cotidiana, deixam um vão para eu bordar minhas palavras na briga ou na luta, para nunca acabar.


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